Escolhido pela ONU, em 1992, como o Dia Mundial da Água, 22 de março é uma data importante para discutirmos sobre a importância da preservação desse recurso natural tão importante para a preservação da vida no planeta, em especial na educação.
Problemas de infraestrutura, falta de água ou saneamento básico são alguns dos problemas enfrentados por diversas escolas espalhadas pelo Brasil.

São mais de 50% de escolas no país, segundo o Censo de 2020, que não possuem esgoto e água tratada em rede pública. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), até 2021, ainda não existia encanamento em mais de 3 mil instituições de ensino no país e quase 10 mil não têm acesso à água potável. A Organização Mundial da Saúde e o UNICEF falam que Quatro a cada dez escolas do Brasil não têm estrutura para lavagem de mãos dos alunos. Isso traz um alerta: a falta de água e de esgoto afetam escolas, alunos e também professores.
Para os docentes chega a ser uma situação revoltante principalmente ao ver alunos em situação de maior vulnerabilidade social sofrendo as consequências de terem aulas adiadas por falta de água. “Mesmo vivendo no sertão e convivendo sempre com períodos de escassez hídrica, saber que algumas atividades pedagógicas e até mesmo aulas são suspensas por falta d'água é bem triste e constrangedor. Triste por saber que esse fenômeno é tão conhecido e afeta principalmente os alunos mais pobres e em situação de vulnerabilidade”, conta Daniele Melo, professora de biologia, de Serra Talhada (PE).

E isso se agravou muito mais com a questão da pandemia, pois hábitos simples de higiene, como lavar as mãos e a higienização da escola tornaram-se prioridade. “A dificuldade em manter a higienização dos ambientes, a necessidade de ter que complementar os reservatórios com água salgada (que afeta diretamente a qualidade dos serviços) compromete diretamente a qualidade da merenda e restringe a higienização dos alunos da Educação Infantil. Ter acesso à água evita a proliferação de diversas doenças, que levam o aluno a ter prejuízos educacionais, pelas que comprometem a aprendizagem”, reforça Sandra Maria de Souza Freitas, gestora escolar em Tabira (PE).